quarta-feira, janeiro 07, 2009

Exposiçao "A Terra - O Brinquedo Maravilhoso" - CSI - Biblioteca Municipal de Espinho - 2005



A décima segunda exposição individual de pintura do Vincent, intitulada “A Terra - O Brinquedo Maravilhoso”, é dedicada ao Homem, à Natureza e ao nosso planeta. Este já foi o tema da sua sétima exposição, “À Descoberta de um Mundo”, mas surge agora mais aprofundado e com facetas inexistentes na mostra anterior.

A presente exposição reúne obras a acrílico, sobre tela e cartolina, datadas de Fevereiro a Agosto de 2004 e apresenta-se dividida nas seguintes séries: “Flores da Natureza”, “Mares”, “Reino Vegetal”, “Fúria da Natureza”, “Guerra”, “Agonia da Natureza”, “Operação Resgate”, “Reconstrução” e “A Nova Terra e O Novo Homem” e pretende narrar a transformação que levará a humanidade e o planeta do seu estado actual até a um estado novo.



Esta mostra começa por recordar o esplendor e a vivacidade da Natureza de outrora em obras plenas de cor, vida e exuberância, tão características da pintura do Vincent. Surgem assim os trabalhos: “Flores”, “Deus Marinho”, “Floresta Amazónica” e “Fogo Purificador”, entre outros. Seguidamente, retrata o modo como o meio ambiente se foi degradando pela acção dominadora do Homem. As cores vivas dos quadros vão-se apagando, tornando-se cada vez mais ténues e escuras, criando composições como: “Flor Nocturna”, “O Sacrifício das Árvores”, “Cinzas” e “Mar Morto”.

A falta de resposta da humanidade à crise ambiental em que o planeta se encontra, nomeadamente a contínua emissão para a atmosfera de gazes com efeito de estufa e o consequente aumento da temperatura global do planeta, vai provocar, cedo ou tarde, o desequilíbrio extremo da Natureza, traduzido por todo o tipo de catástrofes e epidemias. Assim, surgem as obras: “Tornado de Sangue”, “Tempestade de Areia”, “Chuva Torrencial”, “Seca Extrema”, “Tsunami”, “Subida das Águas” e “Arca de Noé”. Sabendo que a Terra não é um ser isolado, mas sim parte integrante do Universo, o seu desequilíbrio pode ter como consequência algo inesperado traduzido pelas obras dessa série devotadas à “Colisão da Bola de Fogo”.



O Homem continua preso na inércia dos seus hábitos, querendo manter um modo de vida que conduzirá a Terra e, por consequência, a si próprio, à morte. A recusa do controle da natalidade, a concentração demográfica em grandes metrópoles, o atraso no desenvolvimento de energias renováveis e não poluentes e na reciclagem rigorosa do lixo são exemplos de atitudes que há muito deveriam ter sido alteradas.



Quando os recursos naturais escassearem, nomeadamente o petróleo e a água, a guerra pelo domínio do pouco que resta neste nosso planeta será para alguns considerada legítima e consequência inevitável da lei da sobrevivência. É o que se traduz nas obras “Anjo Negro”, “Infeliz Lançamento”, “Os Dados Foram Lançados” e “Força Destruidora”.
Depois desse pontapé final, a série “Agonia da Natureza” retrata o que se passará quando o ponto de não retorno for atingido. Contém quadros chocantes, intitulados: “O Dia Seguinte”, “Homem Moribundo”, “A Crucificação da Terra”, “A Crucificação do Homem” e “O Fim Deste Mundo”.

Felizmente que a história não acaba assim. Retirados os sobreviventes da superfície da Terra pela “Operação Resgate” segue a “Renovação do Planeta”, onde as tintas negras das últimas séries são progressivamente drenadas nos quadros: “Reciclagem dos Escombros I e II”, “Reconstrução” e “Regeneração da Natureza”.

Por último, esta exposição termina com uma nota de esperança e alegria. Depois das difíceis dores do parto, nascem “A Nova Terra e O Novo Homem”, na qual as cores vivas e luminosas do Vincent voltam a estar patentes em obras plenas de esplendor, como a “Ressurreição” e “O Brinquedo Reconstruído”.

Possa esta exposição contribuir para uma maior tomada de consciência da situação actual do nosso planeta e do Homem, e do futuro próximo que se avizinha, de modo a que sejam cada vez mais numerosos aqueles que participem da fundação do novo mundo.


Zélia Rocha

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