Estas duas obras seleccionadas para a Bienal pertencem a uma colecção de trabalhos a acrílico sobre tela de dimensões reduzidas intitulada “Jardim Proibido” . Constituem composições que sugerem motivos florais, de arbustos ao sabor do vento, de imagens ondulantes de personagens etéricas a passear num suposto jardim idílico, repleto de luz, mas de acesso interdito àqueles que ainda desejam regressar à aparente realidade do mundo em que nós vivemos.
O carácter abstracto da pintura do Vincent concede sempre ao observador a sua leitura e interpretação individuais. Cada qual dirá o que lhe sugere estas manchas de cores vibrantes, que terão certamente um significado diverso consoante as crenças, vivências e subconsciente daquele que escolheu contemplar por momentos estas figuras.
Eu, mãe do pintor, visualizei claramente na primeira obra a imagem de um lírio encarnado dirigido para o canto superior esquerdo do quadro. O segundo trabalho acompanha o primeiro na mesma palete de tons, e equilibra, por oposição, a orientação daquele. Por esses motivos baptizei-o com o mesmo título. É certo que as duas obras complementam-se, reforçando-se mutuamente. Desconheço qual delas o Vincent prefere . . . Que cada qual eleja a sua preferida, ou perante a dificuldade em o fazer, que siga o meu conselho e faça como eu fiz: guarde as duas para sempre no seu coração.
Zélia Rocha